15 de outubro de 2007

Casamentos a prazo

O divórcio foi uma grande conquista para muitos homens e mulheres que, ainda há poucas décadas, se viam presos para toda a vida a relações sem presente nem futuro.
A prisão perpétua foi abolida e encontrou-se uma pena mais ligeira para os casais desavindos: alguns anos de burocracia depois estava desfeita a união. Para aligeirar a "coisa", nomeadamente em situações de comum acordo e em que não existem filhos, basta ir à Conservatória preencher a papelada e, em poucos dias, estão ambos livres como passarinhos. Parece-me bem... a burocracia não pode nem deve ser impedimento à felicidade.
A noção de que o casamento é algo que se constrói diariamente generalizou-se e são cada vez menos os que tomam as relações por garantidas... contudo, assiste-se a um fenómeno inverso. Homens e mulheres, sabedores de que nem Estado nem Igreja lhes impõem amarras matrimoniais, desistem de investir nas relações à primeira contrariedade. Simplesmente fogem e desculpam-se com um"mereço ser feliz" quando, muitas vezes, sabem que a sua felicidade é ao lado daquela pessoa que teima em deixar a tampa da sanita levantada ou que decide falar ininterruptamente durante os jogos de futebol.
Agora, há quem já fale em casamentos a prazo, do tipo contratos de trabalho renováveis de x em x tempo. Por exemplo, em cada sete anos, os elementos do casal teriam oportunidade para dizer de sua justiça e pôr fim ao "negócio", ou então, optar por não dizer nada e ver como a coisa corre nos sete anos seguintes! Parece-me parvoíce.

5 comentários:

Anónimo disse...

Não queria deixar passar a oportunidade de ser a primeira a estrear os comentários do teu blog!! Para tal sai do reader e arrisquei ser caçada pelo senhor bigodes...tudo em nome da dedicação que mereces!:)
Quanto ao texto, limito-me a dizer que não me parece muito absurdo a ideia dos casamentos a prazo. Como as coisas estão atrevo-me a dizer que é mesmo uma ideia sensata!ehheh

Menina da Aldeia disse...

Amiga Pocahontas - depois de agradecer do fundo da alma o teu gesto - quero só fazer-te uma pergunta: para quê esperar pelo fim do contrato quando se está descontente com o desempenho da cara-metade? Para fingir até ao último momento que tudo corre bem e depois... Ooooooooopppppppsssss... "É verdade, é só pra te dizer que a partir de segunda-feira não dormes mais nesta casa..." É que a nível profissional há destas coisas!!!!

Unknown disse...

Por mim tudo bem também, amiga dos bolinhos. Não deixo a tampa da sanita levantada e também não vejo futebol.

cati disse...

Oláaa. Sou fã das tuas ideias a pontapé. Mas devo dizer que essa coisa dos casamentos com contratos renováveis é muito gira. Imagina lá a festança! O verdadeiro Tuga aproveita todas as oportunidades pra se endividar a organizar casamentos, baptizados e outras bodas que tais. E de 7 em 7 anos lá íamos nós todos vestidos de gala comer lagosta e dançar o "Apita o Comboio". Pode haver coisa melhor? ;)

Menina da Aldeia disse...

Amiga Cati, até já consigo imaginar as campanhas dos bancos e outras instituições de crédito (vulgo, agiotas do século XXI), com a Elsa Raposo a dar a cara por frases do tipo: "Encontrou um novo amor? Quer juntar os trapinhos e comemorar com uma grande festança? Faça como eu, vá ao TORTA..."