A manhã está invernosa, o trânsito caótico e, eis senão quando, a "menina" depara-se com um problema adicional: Esqueceu-se do cartão de ponto que lhe dá acesso à malfadada, mas necessária, entrada no Purgatório. Segue-se então um diálogo muito esclarecedor com alguém dos recURSOS sub-humanos:
Menina - Desculpe, esqueci-me do cartão... Será que me podem deixar entrar?
Robot Lobotomizado - Tem de pagar dez euros!
M - Dez euros??? Mas porquê??? O cartão não vale dez euros...
RL - É o valor a pagar para ter um novo cartão.
M - Mas eu não quero um novo cartão, chega-me e sobra-me o que tenho lá em casa! Esteja descansada que amanhã vou levá-lo aí para a senhora ver que não o perdi...
RL - São dez euros.
M - E se me recusar a pagar?
RL - Pode ir a casa buscar o cartão... mas é-lhe descontado esse tempo no ordenado!
M - Mas está um trânsito impossível e... aliás... a senhora conhece-me! Não me pode identificar através do BI?
RL - O BI aqui não serve.
M - Não serve? Mas é um documento oficial!!!
RL - Dez euros ou vai a casa...
M - E passam recibo dos dez euros?
RL - Claro que não!
M - Ah... era só para confirmar. Obrigada por tudo, vou avisar a chefe e volto a casa para ir buscar o cartão. Assim como assim...
Se pensam que nada de mais diabólico podia ser dito acerca deste assunto, enganam-se. Os chefes são um poço de surpresas e a minha, além de me desprezar por completo, sai-se com esta pérola de maldade: "Mas porque é que vocês se esquecem do cartão? Não sabem que têm de o trazer? Por acaso esquecem-se de vestir as cuecas? Querem é desculpas para não trabalhar."
1 comentário:
Às vezes esqueço-me das cuecas, mas nunca, mm nunca, me esqueço do cartão, livra!
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