7 de março de 2008

E um trabalho a sério não se arranja?

Andava eu no segundo ano da Universidade quando a minha tia Lucinda, do alto do seu mestrado de Lavoura, me perguntou: Então? Já acabaste os estudos? Não? É preciso estudar tanto tempo? Lá em Lisboa não se arranja trabalho é?

Pensei nisso durante uns tempos! Resolvi esquecer e prosseguir naquele caminho... até ao dia que, com mais de um ano de trabalhinho a sério "no bucho", dei por mim a ter o seguinte pensamento: Se, ao menos, trabalhasse na recolha do lixo sabia que estava a fazer alguma coisa de útil!

Ganhava 60 contos (nada mau, comparativamente com os estágios não remunerados agora tão em voga); Trabalhava de manhã à noite... quando não era pela noite dentro; e sentia-me uma perfeita inútil. O sonho de ser jornalista ficou mais depressa obsoleto do que o Pentium III que comprei na época.

O que fazes? - Perguntam
Escrevo. Sou jornalista. - Respondo
Coitada - Pensam... e não sabem da missa a metade!

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